O que é que anda no ar?
Anda tudo moído, anda tudo cansado. Felizmente a blogosfera revitaliza-se a si mesma, em cada leitor novo dum blogue nasce o pensamento do 'e se?...' e novos blogues vão aparecendo, de vez em quando lá vem um que provoca agradável alteração de hábitos de leitura, acompanhamento do que se fala e, de quando em quando de como se inova e se surpreende este hábito que se arrasta, o blogar.
Blogando, vejo que anda tudo moído, nervoso; há retiradas que preocupam e há silêncios que assustam pelo receio de chegar a nossa vez. Em comparação parva é como se vizinhos de há décadas fossem de repente morar para Hula-hula (existirá? acho que já li isto...) ou, um a um, os jornais e revistas habituais acabarem. Blogar, ao fim duns tempos, normaliza-se como acção humana e obecede às mesmas razões que levam a dar-mo-nos bem com um vizinho e mal com outro, ler este jornal e não aquele. Hábitos, que eu sempre achei que se aproximam do conceito de amizade quando estendidos à cabeça atrás do post, sendo sempre a sua natural evolução a confirmação (com raros desmentidos, pois 'leiem-se'') no relacionamento físico, pessoal e sem intermediação do discurso escrito.
Por tudo isto ando preocupado. Porque os meus hábitos de amizade (nem que seja só de leituras, talvez mais de metade das minhas diárias ainda me seja 'anónima' físicamente) estão ameaçados na vertente em que foram construídos pelo desaparecimento on line, o súbito silêncio, e de repente eu também fico em silêncio a pensar 'e quando, eu?' Outros reflectem sobre o mesmo, pois estão constantemente a fechar blogues que se tornaram tradicionais. No meu caso nem a todos ia, dos que mais se tem falado. Mas sabia que existiam e por certo até lá andara a pesquisar e estão tributados aí ao lado, já cá andavam ainda não imaginava como é fácil criar um blogue, e nem suspeitava que blogar fosse tão... absorvente? O fecharem, o calarem-se, o começarem a coçar-se quando se aborda o assunto, tudo me faz pensar que a blogosfera anda moída, há uma transição no ar. Talvez seja fenómeno cíclico e daqui ao seu próprio tempo esta nova geração de bloguistas faça e sinta o mesmo. Mas eu reporto-me a esta, a este momento.
Puxando de novo comparação destranbelhada (é fruta do dia, aguentem) esta morte virtual será parecida com a física. Aqui, onde este mundo existe e nele se criam hábitos e sentem-se emoções, o fecho dum blogue é o silêncio total num canto onde nos habituamos a resmungos ou larachas, conversa da treta ou muito erudita, som, conversa, ideias, gente. E isto dá uma comichão do caraças, dá vontade de fazer um check up pois, também eu/nós, também não nos sentimos lá muito bem...
Até haverá razões decorrentes de alterações na vida pessoal, e novos hábitos que levem a pôr a net numa prateleira somente até nova ocasião; fico na mesma a pensar.... anda tudo moído, tudo cansado, o que é que anda no ar?
2 Comments:
É Agosto, meu velho...é simplesmente Agosto, descansa no pouco transito e não desistas. th
Saberás a resposta se souberes dizer por que motivo deixaste de ir ao Divã... as coisas mudam, mas são sempre as mesmas... não faz diferença, amigo.
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