Xicuembo (versão 3.0)

memórias & resmungos do Carlos Gil

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carlosgil2006@gmail.com

quinta-feira, abril 27, 2006

Parabéns, Miguel!


Separa-nos um oceano. Inteiro, atlântico de distâncias, enorme principalmente hoje, dia do teu aniversário. Tens, já, 24 anos. De maturidade, responsabilidade e inconformismo, nos nossos vinte e quatro anos só leio páginas de que me orgulho. Decidiste partir deste engano de futuro e traçar o teu, procurar as hipóteses de sorrir que, aqui, se te negavam por osmose nacional. Com coragem, com ânimo, arriscaste e, por certo algumas vezes tremendo no pensar do dia de amanhã, estás bem perto de triunfar nos objectivos que te colocaste.
Mas, Miguel, isso já é quase secundário... Tu já triunfaste, formaste-te a ti próprio como um Homem completo, um Homem de que eu tenho um enorme orgulho em dizer que é meu filho.
Parabéns, hoje, parabéns sempre por me dares a alegria de ser teu pai. Amo-te, sabe-lo, mas não sabes é o orgulho que eu tenho em dizê-lo assim, publicamente.

quinta-feira, março 16, 2006

(o vazio)

Sou fã dos filmes do 'James Bond'. De entre todos, e a ter de escolher um, iria pelo apócrifo "Nunca mais digas nunca", vá-se lá saber porquê...

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Vai assim mesmo

Está dito e redito, sem links pois não me dou a uma última trabalheira: quem cá veio leu, quem cá não veio lê agora. As palavras fatais, este blogue acaba aqui, ponto parágrafo, fora o que se segue.
Há mortes de blogues que 'caiem-me' mais que outras. Deste, ainda vou-lhe sentir o sabor pois é pessoal, novidade ao palato. Mas neste momento eu estou a terminá-lo, acaba o Xicuembo e só irei um dia destes ao "1" porque recebi um mail ameaçador do Sapo a avisar-me que a falta de actividade será a morte do artista. Ora bem: durante dois anos eu fui blogue, eu fui net, eu fui o que nunca fui; via blogue, via grupos MSN, via os amigos que aqui encontrei, fiz. Não posso deixá-lo morrer assim, vou lá meter um 'Olá' que lhe dê mais, sei lá, uns seis meses ou um ano de vida. O Sapo dirá. Mas chega de blogue, de artifício e palavrinhas moldadas, passem uma, duas, dez noites seguidas longe da net e há um fascínio reencontrado pela palavra descomprometida, ligeira, sem o rigor e as cautelas de... edição. Parvoeiras, andava sedento de parvoeiras e que num blogue não encaixam, noves fora nada quem fez um para escrever parvoeiras e, palavra de honra, não foi o meu caso.
Tenho pena de não ter feito o inter-rail. De todas as oportunidades perdidas que sedimentaram para constituir memórias é-me a mais recorrente, ou pelo menos esta noite pareceu-me sê-la. Sem nunca o ter feito a sério, a verdade é que andei a contar tostões para ver se o fazia, quando cheguei à Europa. Acabei por nunca de cá sair e reconheço que me faz falta mais europa cheirada, vista, lambida. Sei lá a que propósito que isto vem... afinal este é o post final, não um choradinho do que não foi e podia ter sido. Bem, abrevio: aqui, blogosfera - nome já sacana pois está grande demais, cotovelei e contei estórias incluindo para mim mesmo. Para isso, afinal? outra vez sei lá.
Terminou. Nas caixas de comentários da Chuinga falei doutra razão, não destas parvoeiras que aqui acima alinhavo para fazer as despedidas. Lá falei, parvamente, de sonhos não cumpridos e argumentando que 'isto' os impedia de crescerem e tornarem-se realidade: ó pobre ilusão, que alimento até este final! do que me queixo de não ter, se houve altura em que o recebi foi por aqui, tanto e de tantos! muito mais, mesmo muito mais que ninguém duvide pois sei bem do que falo, que a medida correcta: tive, já e aqui, o meu jackpot, o resto são ginjas, e a mim falta-me tanto, europa, o inter-rail, o que não sou por não ter conseguido sê-lo. Que conversa sem jeito... isto são maneiras de acabar com um blogue? São, e já está.
Como leitor é impossível não voltar aqui, blogosfera: ler-vos, surfar nos blogues, é dizer a mim mesmo que os meus dois últimos anos não foram em Marte e sem conhecer os vizinhos, foram aqui, existiram, vocês existem, eu existi 'assim', eu gosto de ler, eu leio-vos, eu gosto de ler e aqui lê-se muito bem, ponto. Como criminoso com prosápia de perfeccionista acrescento que talvez regresse, sei lá se incógnito ou como 'nº 4', sei lá eu o meu dia de amanhã. Mas, hoje, o 'Xicuembo 1, 2 e 3' terminou, é passado e dele consta que eu não fiz o inter-rail e gostava, precisava, de o ter feito. Sobrevivi.

domingo, fevereiro 19, 2006

Bugatti Veyron EB 16.4


Há estórias fabulosas na história deste carro, herdeiro dum nome mítico e com pedigree único, talvez assim genéticamente já predisposto ao invulgar que cimenta os futuros mitos. Sei algumas mas não vou contá-las: vou pedir-vos que cliquem nos links e leiam um bocado da extraordinária história do Veyron.
O Bugatti Veyron foi pensado para ser o carro desportivo tecnologicamente mais evoluído, a arma definitiva que afirmaria o poder dum grupo industrial, nascendo o drama do pesadelo técnico em que se tornou, e do terror financeiro que existe e existirá enquanto o último não for produzido: anunciado em '99 e mostrada a primeira versão (motor W18) em 2000, em 2002 levam a Genéve o que chamaram de protótipo definitivo (W16, agora), e prometeram entregar os primeiros - finalmente..., em 2003. Uma administração e um corpo de engenheiros depois, no verão passado viram-se alguns 'civis' em aparições estratégicas, e parece que é desta, 2006 e mais de três anos depois, que entregam as primeiras das cinquenta encomendas confirmadas (e régiamente sinalizadas...) duma produção inicial que se sonhou em 300 e, hoje, já só se espera por ver o último dos seus cinquenta clientes na rua. Porque os custos do carro saiem a cinco milhões de euros a unidade, e foram contratados a um milhão deles, cada, contrato que se viram forçados a violar uma mão cheia de vezes quanto à data de entrega das encomendas, mais umas habilidades técnico-jurídicas acerca do que são (e como se obtêm..) as características de catálogo dum supercarro, e em particular os seus contratados 1001 cv de força, mais os 407 km/h...
Mas para além dos desaires financeiros na produção desta jóia de colecção, leiam um pouco acerca desta 'máquina perfeita', o constipado Veyron da renascida Bugatti e dor de cabeça permanente no grupo VAG, a juntar-se à enxaqueca do mal parido Phaeton e da sua fábrica de vidro, mais a dum Golf que parece ser filho de desenhadores que sofreram um ataque da gripe das aves, ainda por cima antes do tempo.
Quanto a estórias dos Bugattis, há uma que junta dois irmãos que eram doidos por Bugattis, o chauvinismo francês, o nosso falecido amigo Mitrã, e o Bugatti tipo 41, o Royale, supra sumo da excelência. Um dia destes conto. Agora cliquem aqui e aqui.

(pausa)

Falar e escrever ao mesmo tempo, comigo só casam por interesses exclusivamente libidinosos pois a prole nunca vai além de textos arrumados no cemitério do caderno.
Portanto será por interesses múltiplos e onde se incluem os tais libidinosos, que tenho falado muito, grande final de escrever pouco.
(isto não está exactamente como gostava que estivesse, mas 'vai' assim. Afinal sempre se quebra a pausa e dá-se um sinal de vida, que isto agora também não é só tró-ló-ló)

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Dia dos namorados

É um dia especial. Sem ser comigo ou ter tido alguma coisa a ver com isso, hoje foi assim: a pita, a-pita-cá-da-casa-e-que-já-tem-treze-anos, tinha um sorriso lindo quando, vinda da escola, não resistiu e mostrou-me uma flor, uma rosa, verdadeira e com o pé enrolado em prata, tal e qual as que os adultos dão quando se cortejam. Foi um mangussito da turma que ensaiou o dia para avanços em matéria de coisa & tal e lha deu, e eu imagino-me também no coração acelerado dele quando lha entregou, o rubor íntimo que é delicioso mas arde como fogo nessa idade. Estava tão feliz! E eu também, eu imaginando-a orgulhosa pela afirmação da sua feminilidade pois tirando as palermices habituais dos jardins-de-infância foi a primeira prenda de dia de S.Valentim que recebeu. E a acreditar que - eis agora o meu enorme orgulho a começar a empalidecer com as afamadas preocupações paternais, a partir daqui o céu é o limite, existem princesas e príncipes...

Foi maravilhoso assistir ‘ao vivo’ a este momento que, ela, recordará sempre com um olhar que se suavizará pela ternura que dele vai lembrar. E que ela, a pita, não sonhe nem ninguém lhe conte (pelo menos até aos trinta...) que eu atrevi-me a meter isto no blogue.

Agora vou à procura dum manual de primeiras ajudas para pai aflito com prováveis mangussitos em volta do quintal. Um saquito com pedras ao pé da janela? comprar uns óculos escuros e usar sempre gravata? Ou sorrir por ter assistido ao primeiro rubor da miúda, ela feliz, ela, eu, ‘eles’, todos desejando que em futuro esses momentos sejam sempre assim, ‘dias especiais’?

Reforma fiscal

O sistema fiscal de linkagem deste blogue estava na ruptura total. Ninguém pagava nada, as dívidas acumulavam-se sem fim à vista, era uma vergonha com as descaradas fugas ao fisco que ficavam sem sanção, enfim, a falência completa do sistema.
Então suprimi os impostos. Agora a malta forma toda na parada e responde pelo nome, pela inicial.
Além do mais tenho a comunicar que não ando com vontadinha nenhuma de blogar. Nem o tempo disponível é o mesmo que já foi, permito-me acrescentar.
PS: e não gosto nada destas modernices das fotografias no blogue! nem parece meu, está mesmo... uma 'coisa esquisita'...

domingo, fevereiro 12, 2006

Os Morgans

Este carro no post de baixo é um Morgan, como lá está escrito. Os Morgans sempre foram carros especiais: dois irmãos, os Morgans está claro, fabricam carros desde o final do século XIX e princípio do XX. Extremamente conservadores, os seus produtos vingam pela elevada resistência e qualidade que as velhas soluções adquirem quando contínuamente melhoradas, sem verem o seu desenvolvimento abandonado. Por exemplo, este, o Plus Eight, é construído desde os anos trintas (à volta de setenta anos...) tendo uma base de chassi em... madeira. De elevada qualidade e com propriedades de robustez e leveza especiais, além de receber um periódico tratamento de madeiras como um chassis normal leva um para metais. Ele apareceu mais ou menos na mesma altura em que os dois irmãos - finalmente! se convenceram da bondade da solução "4 rodas" para um veículo automóvel. Porque os Morgans eram, no princípio da década de trinta, ainda, como sempre foram desde que o primeiro fora construído: com 3 rodas. Mesmo assim, desconfiados, mantiveram a produção do triciclo por mais quase vinte anos, não fosse o diabo tecê-las...
A marca ainda está na família (e em mãos inglesas, imagine-se para maior espanto!) e os netos dos velhos Morgans, recentemente, tomaram mais uma resolução revolucionária, coisa já perigosa pois é a terceira num século: lançaram o Aero 8, abandonando o chassis de madeira em proveito dum modernaço em alumínio. Nas linhas é um Batmobile, é tão feio que até assusta... ou seduzirá pela extravagância 'non sense'. Eu prefiro o retratado, o Plus Eight, ou de linhas quase iguais mas motor mais modesto o 'Four', excepto na sua versão de quatro lugares que perde muito em perfil e tem uma traseira bem feia.
Se penso na possibilidade da posse dum carro individualista, carro-paixão, este Morgan está sempre presente. Junto com outros, bem mais potentes, luxuosos, caros. Mas disputa ombro a ombro lugar na minha garagem de sonhos. Se o 'Mulliner' é mais polivalente, o 'Morgan' é a amante secreta, que não se partilha mas de que se mostra, vaidoso, fotografia.

Intemporal

Este suspiro de beleza é um Morgan, modelo Plus Eight. Existem à venda e são mais baratos que um Ferrari ou um Lamborghini, tendo tudo o que está à vista. (clicar para aumentar)

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Sexta-feira

As sextas-feiras são angustiantes. Inicia-se o grande engano do fim-de-semana, essa falsa pausa que alcunham de descanso mas eu chamo-o mais é pelo nome de angústia, o pânico de sabê-lo pequeno entre tantas intermináveis segundas-a-sextas-feiras. Dele, aproveitar-se-á o inebriamento das noites de sexta, que as de sábado são vividas na aflição de quem não quer pensar na que se segue, a longa noite de domingo pejorativa no seu enganoso remanso, ao preceder as manhãs das segundas, essa coisa negra e sem nome que acontece, acontece, acontece horrorosamente.

Passa-se a semana ‘útil’, inteira, a pensar na sexta e no tal fim-de-semana, há planos que se fazem e decaem, costuma sobrar o improviso filho da angústia de sabê-lo curto e, em tão pouco copo, tentar beber solução placeba que anestesie o mau filme das segundas-sextas. Haverá casos em que assim se explicam as bebedeiras, sejam elas etílicas ou de pasto no sofá com evasões em folhas de jornais sobrando por tudo o que é lado, digo, fim-de-semana. É a ruína do sistema, do enganador apaziguamento amordaçante das quiméricas sextas-feiras.

Ainda me apetece perorar mais às sextas e à sua maldita sina de antecâmara do engano. Mas calo-me. Sabem porquê? É... é sexta-feira e eu quero começar já a esquecer-me das malditas segundas e terças-feiras que já já aí vêm. Bye.

À mama...

Um dos abaixo fotografados já está a falar em subsídios para assessores. Os outros só não se pronunciam porque não viram, eu conheço-os: era um barril de imperial logo de abertura, para inspirar, e, porque não? comemorar!
Enfim, viola no saco, que não deve haver 'rubrica' para tanto subsídio. E afina os dedos, afina os dedos...

Malta que não liga a mínima à blogosfera

Elísio, Salavessas e Carapinha.

?

ando invulgarmente 'comentador'.

parecido?

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Jograis

Alguém sabe como é que se arranja um subsídio que pague o facto de aquilo que fazemos com mergulhos em oceanos mil, e são beijos pessoais desenhados em esculturas polidas à letra, não vender? para existirem pão e vinho na mesa suficientes para poder dedicar à criação horas que, noutro qualquer mister de sobrevivência, têm subaproveitamento? (não caio da armadilha de chamar-lhe outra coisa) Tipo: 'x' meses a tempo inteiro e, no final, 'manuscrito' terminado, folhas apuradas para justificarem o investimento social.
Meio-a-brincar e com uma enorme vontade de escrever que também meio-a-sério, informo o prezado leitor bem informado que o meu mail encontra-se no lado esquerdo do monitor, lá em cima, debaixo dum sonho.

John McLaughin

Tenho um post com ele como mote. Exactamente escrito neste pc que não é o meu, a ouvir este cd que não tenho. Também segue rumo errante, mas que me lembre não lhe mudei o título sem atender a que o seu meio e fim ganhou corpo em palavras que não se imaginaram nas primeiras teclas. Com paciência, uma noite destas passo-o para o Word e meto-o aqui.

1- Eu-Blogue; 2 - Acidente de trânsito; 3 - Horário de funcionamento

Por vezes hesito se o odeio. Por vezes hesito se me odeio?
Isto dava conversa que nunca mais acabava. Mas há passos no corredor e, não tarda, batem à porta. Não há tempo, estou já a acabar de vestir-me.
Comecei este texto (como sempre) pelo título. Daí, desse assopro de ideia, estico e logo se vê como vai. É raro fazê-lo, voltar atrás e mudar o título. Há pouco fi-lo e esse gesto deu-me sinal, houve passos e, cego, apura-se a audição. Cego porque à rasca do impasse, as letras que não andam além do tap-tap do longo corredor da enfermaria onde as encalhei; mais os milhões que não dão trocos e levam tantas esperanças, tantas mentiras; ainda os bolsos cheios de cadernos que são importantes demais para conseguir escrevê-los. Atchim: acho que estou a pegar uma valente constipação. Mas voltando ao título, houve ramal e que entretanto se perdeu, durante um bocadito de duas linhas escrevi sem levantar olhos do teclado: eu lia o texto na mente.
Olho demais para o que escrevo, é isso? (o título era "Eu-Blogue") Os semáforos enlouqueceram, lindos no contradizer cintilante dos seus genes. Vejo uma rua, uma avenida com árvores, muitas, e lá estão os semáforos, mas agora num piscar compassado, alinhando-se com eles as bichas de cores e brilhos, sons, a louca aorta das avenidas. Há um jardim? só vejo prédios, tenho de andar mais uns qurteirões. Onde estou? que esquina é esta? aquela rua ali vai para onde, este cimento que piso já foi testemunha dum crime ou dum beijo? morou nesta entrada uma miúda triste que uma tarde sorriu e, ali mesmo onde estacionei caderno, sentiu-se leve como nunca antes o fora, voadora, com o beijo que o papel amarfanhado lhe trazia escrito com coração desenhado e tudo, e ele, desengonçado, espreitava na esquina?
Não, o tema não era assim. Era 'Eu-Blogue', assim com iniciais que se vêem bem na avenida, nas fachadas dos prédios alinhados em composição de bicos flutuantes, lá por cima da copas das árvores onde, de vez em quando, marra um que não se entendeu com os semáforos. Vou mudar o título para 'acidente de trânsito'.
Agora corre Lucia e McLaughin. Soberbo, dedos mágicos e tanta criatividade. E, parece, comecei a olhar para o monitor. Fechou, não sei escrever tanto, fecho o post, tranca em mais uma oportunidade de aprender a escrever.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Chegou o Manel!

Contador de estórias como há poucos, o Manuel Palhares, finalmente, chegou à blogosfera.
Deu ao blogue o nome da cidade da sua meninice, sendo de tais encantos que as suas letras contam.
Não só para aqueles a quem as palavras 'África' e 'Moçambique' não são indiferentes, mas visita que recomendo a quem gosta de ler uma estória bem contada, um poema bem esgalhado, acima de tudo ler sentindo uma sensibilidade tremenda.
A visitar, amiúde, e a tributar, brevemente.

Solidariedade

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

30 anos*

“um tempo em que era tão certo ser impossível beber-se uma adega inteira numa noite, que as portas da cooperativa encerravam às seis da tarde para o expediente mas reabriam as do armazém às nove, para se beberem uns copos e outras folias sortidas”

Um tempo em que éramos todos heróis. Em que perante o antes, o agora, e o depois, não havia tempo que chegasse para esvaziar o copo do agora, o passado era uma névoa que se vencera e ao futuro restava-lhe ser ideal. São emoções que não conheci, de que ouço falar, fascinado, sorvedouro de flashes como o da frase que abre.

Não é um choque de gerações, use-se meros voos de pardalito com matrizes diferentes que em acaso convergiram em telhados e beirais duma terra que fez então suas as suas adegas. Quando cheguei à terra delas, Pt, perdera o comboio das amizades construídas na escola, na rua, no bairro onde eu não morara. A identificação com a minha geração era feita mais pela natureza etária que sedimentada em experiências comuns, pois desconhecíamo-nos dum passado onde não houvera descobertas e aventuras partilhadas. Ouço contar do que não conheci e onde teria de bom grado dado uma perninha de dança, um tempo anterior a Janeiro que fez há dias atrás trinta anos.

Trinta, um número redondo. Menos uns e seria diferente, e contava acima doutras revoluções. Mais alguns e teria conhecido e saboreado destes travos locais. Foi o que foi e fez trinta anos agora, eu sou um regular bebedor de passados e crónico insatisfeito de presentes, assim deriva o que hoje sou e a que há que juntar este incontinente palrador.

* cumpridos a 20, 21 ou 22 de Janeiro; a memória já hesita no dia certo.

domingo, fevereiro 05, 2006

Não consigo evitar, felizmente...

Fiz um texto bonito quando estava a olhar pela montra. Agora, olho a nova pita do bar e apetece-me escrever(-lhe) outro. Falando em cabelos, seios, letras que se desejam bonitas como vós.

SMS

Rendido às novas tecnologias, escrevia mini textos eróticos que enviava por sms às amigas, logo à terceira imperial. Nunca se lhe enferrujou a caneta; daí partia para conversas mais longas, caderno de bolso dixit.

Esparguete à João Carapinha

Bom, económico e fácil de fazer. Recomendo.
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Na panela, dois litros de água e um dente de alho, um fio de azeite fino. Quando começar a ferver põe-se o esparguete, partido ao meio. Ferve oito minutos. Escorre-se a água ainda no tacho, junta-se alho picado, mais azeite fino e orégãos.
No prato, polvilha-se com queijo parmesão e, a gosto, junta-se mais alho picado e azeite fino.
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Os truques:
1) o azeite deverá ser de qualidade superior;
2) o queijo parmesão é fundamental; recomenda-se o à venda no Lidl, em saquetas;
3) a água é escorrida sempre no tacho e nunca em escorredor;
4) o esparguete deverá ir para o prato tão quente que permita ao queijo ralado derreter-se;
5) sem orégãos não presta para nada; aliás, cozinhar sem ervas não é cozinhar.
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PS: está o cozinheiro a dizer-me que esqueci-me do sal; portanto vai para a panela junto com o dente de alho: logo ao princípio.
PS2: este gajo é um chato: diz que o queijo não é gratinado. assim o esparguete deve comer-se quente mas não tem de ir para o prato 'a ferver'. Ufa, que estes 'criadores'...
PS#: estou a apagar o post não tarda! agora está a ralhar que, desta maneira, o título devia ser 'esparguete à João Carapinha interpretado por Carlos Gil". Irrraaaaa

the night

Chega um ponto em que a noite de sábado é como que passada num bar qualquer, duma cidade estranha onde todos falam uma língua estranha. Não percebo nada do que dizem, sorrio nas alturas que parecerem apropriadas e vivo a minha noite, a minha vida.
O rush de fundo é preciso de vez em quando. A capa da duvidosa normalidade.

tic-tac tic-tac

A verdade é esta: o blá-blá de café nada me diz e, assistir-lhe, é penar pelo tempo desperdiçado.
Como conseguem, sempre?

Caras e seios

Reparei mal entrei: uma cara nova atrás do balcão, cabelos em desalinho e traços fortes numa cara magra. Magra, como parece ser agora que me aproximo. Baixa, com olhos vivos de inteligência e um ar entre o atencioso da primeira noite de trabalho e a curiosidade de "quem será este"...
Depois sentei-me e comecei a escrever. Só há pouco, em que ela saiu do balcão e pude olhá-la melhor sem os nossos olhos estarem cruzados, é que reparei na força da beleza firme dos seus seios. Numa palavra, bonitos. Iguais ao resto. Lília, soube depois.

Que porcalhão...

Há quase trinta anos que não tomo um ácido.

profundis

A taxa de abstenção no último concurso do Euro Milhões foi inferior à das recentes eleições Presidenciais.

sábado, fevereiro 04, 2006

Patine urbana

Se eu fosse um edifício teria beirais de telhado onde se aninhasse um pássaro, paredes com azulejos verde-claro com simétricas flores brancas e uma porta com o número carcomido pelas nuvens que a olharam e nela terão batido; com uma ranhura em metal polido onde estava a esperança assim escrita: “cartas”. Uma varanda fronteira, onde caía o Sol que dava brilho às fissuras, essas rugas de envelhecer olhando a cidade. E tinha um gradeado rendilhado ao seu longo como já não se fabrica, pois já não há tempo para fazer o individual; com arabescos de artesão nas portadas das janelas, a tinta estalada em bonitos desenhos de idade. Se eu fosse um edifício eu gostava de ser um edifício amigável, o cinzento de prata da bonita meia-idade nas paredes que viam a rua viver.

Quem olhasse adivinhava uma cave onde estariam guardadas as plantas da sua criação e as cotas da sua genética, e entrever-se-iam águas-furtadas donde se avistavam montes e se serviam longos pôr-do-sol. E via uma chaminé a precisar de ser pintada, uma telha partida... é impossível abdicar de, se se fosse um edifício, ter uma telha partida que lave com o sol que se ri, e seca a chuva que caiu. Lá dentro adivinhar-se-iam cantos que são recantos, desenhados em mapas de tesouro e contados por avós pacientes com os netos de linhas uniformes, que crescem aqui e ali rua acima rua abaixo.

A história adivinhar-se-ia em azulejos rachados, na ternura da gravação dum coração e uma seta, quatro iniciais, uma data... tanto que há numa parede antiga e tão ilegível que é para quem não olhar, olhando-se olhando. As veias à vista dum edifício são indispensáveis para quem passa em frente, bata ou não bata à porta alta e em madeira, pequenas janelas gradeadas e de vitrais antigos. Por falar em frente: o passeio defronte, estreito e tornando os passantes íntimos com a frontaria, seria de seixos gastos pela idade e que brilhariam ao sóis das tardes. Não seria numa esquina pejada de sinais de trânsito porque o edifício que eu seria, se fosse edifício, não teria no seu telhado o néon assassino da sua existência, ou as linhas vampes de assinatura de época, em postais ilustrados que perturbam o sossego de olhar a rua e o viver. Os azulejos antigos e as cornijas em pedra velha seriam os seus sinais, únicos códigos legíveis e que se aprendem em olhares que sabem mais que só ler, sabem olhar.

Se eu fosse um edifício seria velho e amigável para quem passasse e me olhasse. Sem alarmes ou placas no portão a ameaçar com seres ferozes ou multas. E teria uma fachada ainda mais linda se nela houvesse candeeiros para iluminação do passeio, daqueles antigos e que nas noites de névoa fariam imaginar no meu passado mil e tantos passos à sua frente, épocas que o esmalte dos azulejos reflectiu quando brilhava após lavado pela chuva, esse húmus da rua. Se eu fosse um edifício, queria ser mais velho e mais bonito que o sou, humano, daqueles em que a sua existência na paisagem é tão naturalmente bela que nos sentimos pequeninos, olhando-os. A patine da beleza dumas linhas com vida vivida e uma história antiga e que será eterna: na sua ausência continuam a falar quando percorremos ruas onde o contraste de épocas asfixia as mais antigas, raramente em benefício de passeios onde, também, os seixos resistem com as fachadas ao permanente destruir de paisagem.

Prémios literários versus Euro Milhões

Concorre-se (ou pensa-se concorrer, vai dar ao mesmo) a um prémio literário com valor já agradável, habilitando-se, digamos, a cinco mil euros. E não falta quem pense que 'somos' uns presunçosos, uns armalhões, uns pedantes. Lê-se nos olhos.
De seguida esses mesmos preenchem um boletim do Euro Milhões, e cairá o Carmo e a Trindade se alguém disser que são uns gananciosos.
Muito sinceramente não entendo.
Junto à frustração de não entender, o amargo de perceber que sou marginalizado por acreditar em mim um pouco mais além que deixando o assunto entregue à sorte.
Nem se trata dos valores, pois, vencendo ambos, o da escrita fina recebe sempre (muito) menos que o desenhador de cruzes. É pior, é o que está por detrás daquele raciocínio. E que também se lê nos olhos.

A verdade das estatísticas


Nº de Combinações registadas em Portugal: 22.112.276
Nº de Apostas registadas em Portugal:26.933.597
...................................
Ou seja: mesmo com a febre de associativismo que se desdobrou em alternativas, em vinte dois milhões de combinações nem chegaram às cinco as que se repetiram, sendo que só uma dos vinte e dois milhões acertou.
Atendendo a que somos dez milhões de pindéricos deslumbrados com a possibilidade da vidinha fácil do enriquecimento súbito, é aflitiva esta falta de inspiração. Sou levado a pensar que se fossemos invadidos e ocupados, não se arranjavam voluntários capazes para fazer uma guerrilha eficiente: temos muita imaginação mas falta colectiva de pontaria. Continuava-se a jogar, sem grandes resultados.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Casamentos

Sobre o tema de que se fala li por aqui algumas coisas. Não escrevo nada, linko.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Ora que esta!...

Aprontava já as pantufas e idealizava os confortos conjugais dum resto de serão no sofá da sala, post para o blogue escrito e publicado e a puxar para o deprimido que é como me sentia (e já não sinto, perceberão...), eis que me atraso a desligar o pc e chega um mail. Malvada curiosidade: fui lê-lo e era dela, a mafarrica!...

Muito cortesmente informa-me que estou mobilizado para contar em público das minhas cinco principais manias, versão a meus olhos, que outras em vossa duvidosa opinião haverá por aqui e que, por muito que no seu apontar-mas insistam, não reconheço como excentricidades, taras, esgares de doença latente ou trejeitos apalermados. Nestas – arrumando já a questão do que não aceito integrar o tal rol por respeito a elevados princípios de amor-próprio, estão incluídos o meu novel brinco (orelha esquerda, sem confusão!), a obsessão por vrum-vrums bonitos ou por mamas de qualquer volume ou textura, ou ser adepto do ‘Belenenses’. São todas das melhores opções que tomei, com o adicional de o brinco me ficar mesmo a matar! é uma argola e, suponho, deverei parecer um pirata com óculos. Enfim passemos à matéria que já se faz tarde, e servindo-me da elucidativa expressão da TT, que foi quem fez chegar a corrente à tresloucada, vou “enumerar 5 manias ou hábitos marcantemente pessoais que (me) diferenciem do mais comum dos mortais”:

Primeira – o contraste entre quem me lê e quem me vê ou (não) me ouve. Se na escrita sou exuberante, ‘falo pelos cotovelos’, fora da virtualidade dum teclado ou duma caneta fica a desilusão do inverso e é-me demorado sair dum mutismo simpático. Sou, quase, anti-social.

Segunda – exagero no sonhar. Perco-me, inebrio-me, e esse êxtase é uma enxurrada que é visível (se calhar risível...) nas tais ocasiões em que me ‘solto’ e conto do que se passa nos meus silêncios. Desta nunca abdicarei, é mesmo a minha melhor qualidade que alimento desde que me conheço! Teria os meus dez, onze anos, quando comecei a passar para papel os meus projectos megalómanos e criei virtualmente a minha primeira empresa: “OGB”. Iniciais de "Organização" e dos meus dois últimos apelidos, uma holding precoce e à medida da idade, que incluía nos activos a mercearia onde me aviava de rebuçados, uma companhia de caminhos-de-ferro e uma fábrica de automóveis, esta sob minha chancela e – já agora gabo-me mais e conto, com modelos de meu exclusivo design. Bertone ou Giugiaro, Gates ou o Belmiro, são meros patos-bravos que vieram depois.

Terceira – olho o mundo e suas gentes em perspectiva optimista e detesto os comuns bota-abaixo, alarmismos e populismos, parangonas. Como todos eu tenho as minhas expressões favoritas quando não sei que dizer e quero deixar no ar algo que pareça profundo, inteligente (lol), e uso com íntima convicção a afirmação de que prefiro acreditar nos Homens a fazê-lo em Deuses. Das desilusões não reza a minha História.

Quarta – tenho a mania das arrumações, fora do meu canto/escritório, claro. Em casa sou um chato, se vou ao frigorífico arrumo os ovos e os frascos, até as latitas lá ponho com os rótulos alinhados...

Quinta – sou único. Se algum dia houver ameaça de candidato a meu sósia, reinvento-me com a maior das facilidades. Reparem: fui (e sou) manga-de-alpaca, fui merceeiro, fiz a contabilidade duma casa de passe, montei caldeiras a vapor e vendi cursos por correspondência, publiquei um livro e edito um blogue, colei cartazes de campanhas políticas, vendi ‘drunfos’ na linha de Cascais (idos de 70’s, calem-se...) e sou um muito razoável jogador de snooker e de xadrez (só não sei é fazer sudokus). Tenho como projecto seguinte pintar, sendo que sou semi daltónico: discromatopsia, o nome técnico cá da coisa que me faz rir interiormente com os nomes que vocês dão às cores do mundo. Promete...

Caramba, consegui! e não mando isto a ninguém. Cheira-me que é a nova moda da blogosfera, não faltará quem nos próximos dias/posts se entrenha a enviar estes convites desavergonhados!

Chove

Está uma noite gélida e eu sinto-me triste. Os dedos queimados pelos cigarros que são sempre poucos na ânsia de mais e mais. Agora a mão no queixo e o olhar parado, fixo no monitor. Chove. Que mais dizer? que está uma noite gélida e triste e eu gélo a tristeza de não estar calefatado nos cantos por onde entra o frio, escrevo-o em cubos e coloco-o em balde de blogue. Use-se pinça para servir, tchim-tchim tchim-tchim, até ao próximo Sol.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Excelentíssimo Senhor:

Na sexta-feira Vossa Excelência vai ter muito quem o bajule e de si faça seu deus, cumulando-o de promessas para que realize o desejo que é unânime a uma centena e tal de milhões de apostadores: que Vossa Excelência em golpe de mágica transforme a rarefeita sorte em abastada realidade, e faça de remediados milionários e de sonhadores militantes felizardos que passam a podê-los realizar.

Sabendo que já não sou dos primeiros, mas também não desejando cair na multidão de última hora que nessa sexta lhe cantará loas e endereçará preces, junto atempadamente o meu papelinho rogatório convicto que Vossa Excelência cuidará dele e de meu pedido com a clarividência, justiça e bondade que são seu privilégio.

Está na hora Excelência, está nas suas mãos. Da minha parte já eu tratei, aliás, há dezenas de anos que não faço outra coisa: semanalmente registo os meus boletins para seu superior despacho, envelheço olhando a esperança que não se cumpre mas se renova maugrado as sucessivas negas que Vossa Excelência, empenhadamente, me concedeu. Aproveito a deixa e confesso-lhe que já estou cansado. Até porque acredito não ter muito mais tempo para sonhar: as aflições são muitas e rara será aquela que o dinheiro não resolva.

Sim, sempre fui um teso – desculpe-me esta liberdade coloquial – e a coisa tem ido, ido, tanto que até aqui cheguei. Se calhar sou um fura-vidas e poderei aguentar-me assim as centenas de semanas que ainda me calhem de vida, saboreando a esperança que se renova após as desilusões das sextas-feiras. Mas, se calhar e desta vez, com passo maior que a perna e grande risco de escorregar. Estou tesíssimo, Excelência. Não tenho credores à porta mas, se não acontecer o milagre que muito respeitosamente lhe peço, não tardará que divida as esperanças em Vossa Excelência olhar para mim com a de eles não o fazerem. A vida é difícil, Excelência, mesmo para quem joga porque sonha.

Daí este requerimento que apresento a seu atento despacho, onde verto que lhe rogo e suplico que tome em consideração o meu muito pessoal caso. A bolada por inteiro também me parece areia a mais para qualquer camionete, rodoviária maneira que alinhavo para concretizar o pedido e dizer-lhe que tantos milhões só a um são muitos a mais que os necessários, a qualquer um. Mesmo que esse ele fosse eu.

Formalmente requeiro-lhe que considere uma versão moderna do milagre dos pães, com a entusiasmante variante de servir mesa farta a muitos mais que só a um, glutão, e que se poderá enfartar: tome Vossa Excelência as providências necessárias para que, mais uma vez, não haja inspirado ou inspirada que dê tiro em pleno na mouche, e assim os muitos milhões do “Prémio entre os prémios” serão repartidos pelos segundos classificados – que os há sempre..., confraria a que já habilitei o meu desejo de ombrear.

E, quer seja pela fé inabalável e constante fidelidade às suas providências, que remontam a tempos que de tão antigos chamarei de avoengos, seja pela necessidade pessoal que aqui deixei a nu, ou simplesmente pela razão que Vossa Excelência entender como mais apropriada, que esta sexta-feira me inclua nos quase-quase, as quatro cruzes e as duas estrelas*. Seria justíssimo, Excelência.

Termino desculpando-me pelo arrojo em me dirigir directa e tão abertamente a si, Excelência. É que – repare... este requerimento que lhe submeto tem local e data legíveis e entendíveis e assina um seu cidadão – um qualquer!, vossos mais fiéis súbditos e adoradores pelas razões que conhece de ouvir falar e, acredite-me, são tão penosas que até o sonhar precisa da consistência do milagre que Vossa Excelência, requer-se, deferirá e providenciará.

Pede mui respeitosamente deferimento,

Portugal, 2006
Correcção: sou parvo mas não tanto; o segundo prémio é para quem acerta em cinco cruzes e uma estrela, a que obviamente me candidato se não houver nenhum totalista. Mais: segundo li num jornal de hoje, afinal ainda não é esta semana que a bolada é dividida pelos 'segundos' - a haver novamente jackpot. É só ao 13º, e este é o anterior... Assim, decida V.Exª: se insiste em que saia já a taluda não se esqueça de mim; se decidir aumentar a parada e acabar de nos enlouquecer de tanto pensar nisso, recorde-se do meu pedido, supra...

Fel, adorável fel!

Vou confessar-vos uma coisa: adoro a acidez das crónicas do Vasco Pulido Valente. Ao contrário de alguém que de imediato refilou por o mal-disposto ir-lhe estragar o jornal das manhãs (lol), quando o VPV entrou para a equipa do "Público" eu rejubilei. Gosto da sua verve, da forma como escreve que ter de viver com a humanidade é uma chatice, acordar e olhar o mundo um martírio. Quanto 'ao resto' cá estou para discordar ou concordar, já sou crescidinho e até gosto que me façam pensar.
Hoje, numa voltita pela blogosfera em terrenos que não são muito dos meus habituais, dou com este blogue que desconhecia: O Espectro. A duo, ele e a Constança. Que se lixe a Constança, eu quero é lê-lo a ele!

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