Decidi, e disso aqui vos conto a boa nova
Tinha dito aqui que estava a pensar sobre se deveria ou não candidatar-me a PR. Já tomei a decisão, e ela é a de cumprir o meu serviço público. Assim deixo-vos um primeiro alinhamento de letras sob forma de ‘Manifesto Eleitoral’:
Há que dizer-vos em primeiro lugar que um manifesto eleitoral para a presidência da república não pode resvalar propostas e intenções para a esfera governamental. O meu papel na estrutura do Estado é outro, e é desse fato que em breve e por vocês vou vestir que aqui se vai tratar.
A minha base eleitoral não é partidária, sendo como é de todos. Tem raízes, e são públicas: um caldo dos tempos da utopia e cujo travo nunca é esquecido por quem em graça o provou, fé absoluta na liberdade e um enorme desejo de mais justiça social. Sem demagogias e tibiezas que arruinariam a credibilidade da minha campanha como fizeram a tantas de tantos, defino-me politicamente como filho daquele Sonho, hoje estabilizado neste sereno ‘centrão’ social que não tem complexos politicamente correctos em dar razão a quem a tem, em não ser cego nem surdo quando há que bater palmas sem cuidar de filiações dos seus destinatários. Fé no mérito, nenhuma em clubites ou egoísmos.
Dum Presidente espera-se prudência e bom-senso, pelo que não se admirem se nos próximos cinco anos alguma vez tenham de desesperar tanto ou mais que eu e vós desesperamos pelas decisões do meu antecessor. Cada caso é singular, e terei a sensibilidade de não me silenciar em redutos e bunkers de eminências pensantes enquanto estas fazem o seu melhor, pensar e discutir para poder aconselhar, aconselhar-me para eu decidir da forma mais favorável ao País, a todos nós. A minha voz ouvir-se-á exactamente no tom e vezes necessários para que a amargura dos passageiros silêncios institucionais, quando necessários, não soe como desnorte e acentue as desilusões que, principalmente nessas alturas, rasam as nossas esperanças e fé no sentido nacional de se ser dignamente português.
O meu mandato será exercido com prioridades claras, assentes na valorização da democracia representativa e no expurgar das suas carências e excessos, de que todos conhecemos sintomas e dores, sendo a minha candidatura fruto das suas muitas cicatrizes. Portanto, a minha independência partidária em nada ameaça a essência democrática do direito de livre associação de ideais e visões sobre a sociedade. Dentro deste espírito, o Governo, seja ele com a composição que as estruturas partidárias acordem e que respeite a vontade popular expressa eleitoralmente, contará sempre com a minha solidariedade institucional para a prossecução dos seus altos fins.
Nos cinco anos da minha presidência terei especial atenção aos sectores sociais a quem a má ventania económica tem varrido direitos e deixado um rasto de dolorosas injustiças, quantas vezes dramas, deixando de luto um Estado que, já não sendo nem podendo voltar a ser o Estado Social doutros tempos, também dele não se aceita a completa demissão dessa sua função de equilíbrio e esbatimento das fronteiras entre extractos da sociedade.
Também será nítido o carinho de que necessitam todas as funções que a dieta orçamental sacrifica pouco a pouco, campos mais vulneráveis por aparentemente mostrarem-se secundários em altura das fatias de pão serem mais finas para chegarem a todos. A cultura, se não poderá receber do Presidente da República as dotações em verbas que ele não dispõe, poderá sempre contar com, da minha parte, o empenhado apoio e a maior visibilidade que meu cargo arrasta. Esse capital, o cultural, é forte demais para continuar a ser marginalizado. Até porque, falando de futuro, a cultura e a educação, aliadas naturais, é o investimento mais barato e eficaz de que uma sociedade avisada e ambiciosa dispõe.
Uma palavra serena aos empresários, ao motor nacional que não podemos mais dispensar: ânimo. Eu acredito em vocês e nas vossas capacidades, e nestes meus cinco anos como Presidente da nossa república terão em mim um aliado atento à vossa voz, e todo o apoio pessoal que o cargo institucional me proporcionará.
O Presidente da República, eu a partir do próximo ano e pelos cinco seguintes, preside ao Conselho de Estado, órgão cujo papel pretendo reforçar dado nele estarem representados ao seu melhor nível os poderes executivo e o legislativo nacionais, além de personalidades de especial destaque da nossa sociedade. Os seus membros, Conselheiros do país, na sua maior parte exercem funções activas políticas e, nelas, proferem declarações políticas que são muitas vezes polémicas, noutras rasando inconveniências em nada compatíveis com a dignidade e responsabilidade do cargo. Não é assunto que o Presidente discuta fora do seu lugar próprio, sendo que menos ainda o é calar-se aos prejuízos que tais afirmações, impensadas ou insensatas, trazem ao órgão e ao país, que se vê assim tão deficientemente aconselhado num órgão que deveria ser de escol. Esses dirigentes, relapsos no seu sentido de dever público, não verão a sua dignidade de Conselheiros diminuída com a sua atitude sem que antes o Conselho de Estado analise e debata no seu seio as declarações em causa, a postura, as consequências nefastas inerentes para o colectivo nacional. Mesmo tratando-se de algum Senhor Conselheiro mais relapso em assiduidade, talvez por questões geográficas, a censura interna será prévia à pública quando disso for caso, sob pena de o seu mau exemplo gerar frutos ao querer combatê-lo precipitadamente.
Mas que não se leiam nestas palavras promessas de tolerâncias e olhos fechados a abusos oratórios e desmandos políticos, que não se entendam como omissões silenciosas perante declarações e actos de apelo a sentimentos de turba, de perversão de valores, de atentados à dignidade e à liberdade. Serei inflexível nas violações destes campos, sempre em sede própria.
Há más novas para um sector do Estado para quando eu tomar posse: só não viverei sozinho em Belém por tal ser inviável e pouco eficiente; mas haverá dispensas nesse micro sector desta hidra que tem nome e cuja paternidade será sempre discutida, o défice das contas estatais. Todos os que lá trabalham, sem excepções, terão de apresentar razões para a sua manutenção. Não dispensarei as minhas naturais nomeações políticas para cargos de aconselhamento e de superior confiança, estando quanto a todo o restante o meu ânimo e vontade mais virados para o dispensar de stafs que para reforçá-los.
Este um primeiro manifesto, não sobre as razões da candidatura pois, essas, de todos dolorosamente sabemos. Após ter reflectido decidi que está na minha hora de cumprir serviço público. Não só me mostro disponível como por estas linhas revelo publicamente que me candidato a Presidente da República Portuguesa. Para ganhar. Por vós, por todos nós. E obrigado pelo vosso apoio, estejam felizes por vós mesmos: decidiram bem pois eu, Carlos Gil, eleitor e elegível, não vos desiludirei.
Há que dizer-vos em primeiro lugar que um manifesto eleitoral para a presidência da república não pode resvalar propostas e intenções para a esfera governamental. O meu papel na estrutura do Estado é outro, e é desse fato que em breve e por vocês vou vestir que aqui se vai tratar.
A minha base eleitoral não é partidária, sendo como é de todos. Tem raízes, e são públicas: um caldo dos tempos da utopia e cujo travo nunca é esquecido por quem em graça o provou, fé absoluta na liberdade e um enorme desejo de mais justiça social. Sem demagogias e tibiezas que arruinariam a credibilidade da minha campanha como fizeram a tantas de tantos, defino-me politicamente como filho daquele Sonho, hoje estabilizado neste sereno ‘centrão’ social que não tem complexos politicamente correctos em dar razão a quem a tem, em não ser cego nem surdo quando há que bater palmas sem cuidar de filiações dos seus destinatários. Fé no mérito, nenhuma em clubites ou egoísmos.
Dum Presidente espera-se prudência e bom-senso, pelo que não se admirem se nos próximos cinco anos alguma vez tenham de desesperar tanto ou mais que eu e vós desesperamos pelas decisões do meu antecessor. Cada caso é singular, e terei a sensibilidade de não me silenciar em redutos e bunkers de eminências pensantes enquanto estas fazem o seu melhor, pensar e discutir para poder aconselhar, aconselhar-me para eu decidir da forma mais favorável ao País, a todos nós. A minha voz ouvir-se-á exactamente no tom e vezes necessários para que a amargura dos passageiros silêncios institucionais, quando necessários, não soe como desnorte e acentue as desilusões que, principalmente nessas alturas, rasam as nossas esperanças e fé no sentido nacional de se ser dignamente português.
O meu mandato será exercido com prioridades claras, assentes na valorização da democracia representativa e no expurgar das suas carências e excessos, de que todos conhecemos sintomas e dores, sendo a minha candidatura fruto das suas muitas cicatrizes. Portanto, a minha independência partidária em nada ameaça a essência democrática do direito de livre associação de ideais e visões sobre a sociedade. Dentro deste espírito, o Governo, seja ele com a composição que as estruturas partidárias acordem e que respeite a vontade popular expressa eleitoralmente, contará sempre com a minha solidariedade institucional para a prossecução dos seus altos fins.
Nos cinco anos da minha presidência terei especial atenção aos sectores sociais a quem a má ventania económica tem varrido direitos e deixado um rasto de dolorosas injustiças, quantas vezes dramas, deixando de luto um Estado que, já não sendo nem podendo voltar a ser o Estado Social doutros tempos, também dele não se aceita a completa demissão dessa sua função de equilíbrio e esbatimento das fronteiras entre extractos da sociedade.
Também será nítido o carinho de que necessitam todas as funções que a dieta orçamental sacrifica pouco a pouco, campos mais vulneráveis por aparentemente mostrarem-se secundários em altura das fatias de pão serem mais finas para chegarem a todos. A cultura, se não poderá receber do Presidente da República as dotações em verbas que ele não dispõe, poderá sempre contar com, da minha parte, o empenhado apoio e a maior visibilidade que meu cargo arrasta. Esse capital, o cultural, é forte demais para continuar a ser marginalizado. Até porque, falando de futuro, a cultura e a educação, aliadas naturais, é o investimento mais barato e eficaz de que uma sociedade avisada e ambiciosa dispõe.
Uma palavra serena aos empresários, ao motor nacional que não podemos mais dispensar: ânimo. Eu acredito em vocês e nas vossas capacidades, e nestes meus cinco anos como Presidente da nossa república terão em mim um aliado atento à vossa voz, e todo o apoio pessoal que o cargo institucional me proporcionará.
O Presidente da República, eu a partir do próximo ano e pelos cinco seguintes, preside ao Conselho de Estado, órgão cujo papel pretendo reforçar dado nele estarem representados ao seu melhor nível os poderes executivo e o legislativo nacionais, além de personalidades de especial destaque da nossa sociedade. Os seus membros, Conselheiros do país, na sua maior parte exercem funções activas políticas e, nelas, proferem declarações políticas que são muitas vezes polémicas, noutras rasando inconveniências em nada compatíveis com a dignidade e responsabilidade do cargo. Não é assunto que o Presidente discuta fora do seu lugar próprio, sendo que menos ainda o é calar-se aos prejuízos que tais afirmações, impensadas ou insensatas, trazem ao órgão e ao país, que se vê assim tão deficientemente aconselhado num órgão que deveria ser de escol. Esses dirigentes, relapsos no seu sentido de dever público, não verão a sua dignidade de Conselheiros diminuída com a sua atitude sem que antes o Conselho de Estado analise e debata no seu seio as declarações em causa, a postura, as consequências nefastas inerentes para o colectivo nacional. Mesmo tratando-se de algum Senhor Conselheiro mais relapso em assiduidade, talvez por questões geográficas, a censura interna será prévia à pública quando disso for caso, sob pena de o seu mau exemplo gerar frutos ao querer combatê-lo precipitadamente.
Mas que não se leiam nestas palavras promessas de tolerâncias e olhos fechados a abusos oratórios e desmandos políticos, que não se entendam como omissões silenciosas perante declarações e actos de apelo a sentimentos de turba, de perversão de valores, de atentados à dignidade e à liberdade. Serei inflexível nas violações destes campos, sempre em sede própria.
Há más novas para um sector do Estado para quando eu tomar posse: só não viverei sozinho em Belém por tal ser inviável e pouco eficiente; mas haverá dispensas nesse micro sector desta hidra que tem nome e cuja paternidade será sempre discutida, o défice das contas estatais. Todos os que lá trabalham, sem excepções, terão de apresentar razões para a sua manutenção. Não dispensarei as minhas naturais nomeações políticas para cargos de aconselhamento e de superior confiança, estando quanto a todo o restante o meu ânimo e vontade mais virados para o dispensar de stafs que para reforçá-los.
Este um primeiro manifesto, não sobre as razões da candidatura pois, essas, de todos dolorosamente sabemos. Após ter reflectido decidi que está na minha hora de cumprir serviço público. Não só me mostro disponível como por estas linhas revelo publicamente que me candidato a Presidente da República Portuguesa. Para ganhar. Por vós, por todos nós. E obrigado pelo vosso apoio, estejam felizes por vós mesmos: decidiram bem pois eu, Carlos Gil, eleitor e elegível, não vos desiludirei.
6 Comments:
;) Com um presidente assim Portugal só melhora. ;) o meu voto é seu srºCandidato a Presidência da República Portuguesa. É mais 1 para o poleiro
Pois então, plebeu Carlos, assume as tuas responsabilidades - és responsável pelo revigoramento da causa monárquica peninsular. Contra as tuas ambições desmedidas - revivam os Felipes! João Tunes
Kem diria!, o frei a presidente?!... - onde é que recolhes os votos, nas latitas?... - beijo, muf'
Saiba Vossência ( já estou a treinar, eheheh...) que se precisar de um mandatário para o Alto Alentejo pode desde já contar com este seu humilde amigo (por falar nisso, Vossência já pensou em alguém para Chefe da Casa Civil, Secretário Particular, motorista, porteiro, para ir passear os canitos?)
Saiba também Vossência que tomei a liberdade de pensar em alguns esloganes: aqui vai uma amostra, tenho mais já aqui escritos no guardanapo:
Se o Presidente for o Gil,
isto vai ser do baril!
Avante camarada, avante!
Abraço ( ou será aperto de mão, ou vénia???)
José Carlos.
Extracto de artigo enviado OCS s/ crise e soluções (não publicado):
...
Na Presidência da República: se meia centena de altos e médios funcionários se justificavam no período de estabilização pós 25 de Novembro 75***, gabinete, casa civil e casa militar, tal orgânica, num regime cada dia menos presidencialista, é hoje totalmente anacrónica. Com um governo normal e suposto de eficiente e eficaz, um pequeno staaf para o protocolo é de quanto necessita a PR.
...
*** Por testemunho directo na PR do início dos anos 80.
PS: Com o meu apoio moral à sua candidatura.
Problema: Nada a fazer.
Como manifesto até está convincente... Seráo este "frei" a alternativa esperada?
Podes incluir-me na tua lista de apoiantes e contar com o meu voto!
Beijo respeitoso ao candidato.
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