O Mito e o Valor
Um testemunho. Impressionante.
E eu mais uma vez calo-me, só penso. Por respeito, por nem 'antes' nem 'depois' o ter bem compreendido pois havia o Mito que ofuscava. Havia sempre aquela sensação de profundo respeito pela firmeza das convicções para além das cada vez maiores comichões das discordâncias; que quero manter pois é privilégio ter vivido em época de Homem de tão grande Valor.
Há muitos anos que não me considero ideológicamente um 'comunista'. Na verdade, após o meu rompimento intelectual (e com afastamento físico) da revolução moçambicana liderada pela (então) maoísta Frelimo que as minhas pobres militâncias navegam em lagoas diversas, ribeirinhas àquele grande lago, mas por norma de parentela desavinda - e, tão revoltas e cegas são as águas que desse mar vermelho (me) caiem em ondas, que muitos dos seus navegantes até acusam a minha vela de preferências por más ventos. Só que, sempre, antes e agora, quando espraiava olhar para essas águas havia um vulto que sobressaía e eu respeitava. Ele. Pelas razões que são marteladas à náusea por tudo o que é pasquim nestes dois dias: a firmeza e a pureza ideológica, o despojamento pessoal, a coragem física quando ela foi necessária e era prova de fogo. Há o reverso, claro. A teimosia insensata, o culto da personalidade, a mão excessivamente de ferro, os tiques ditatoriais, afinal as comichões.
Leio o testemunho de quem fala com razão de ciência e tudo o que atrás referi, bom e mau, confirma-se. O Mito e o Valor. Memória a ambos.
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