Perdi
Cheguei a Portugal dois meses após o ’25 de Novembro’ pelo que perdi as emoções do Verão Quente de 75. Na altura deste a minha bandeira era outra e acompanhava muito pela rama a política interna portuguesa. Utilizei o verbo “perder”, disse que perdi o viver da revolução. Porque, se cá estivesse, pelo que de mim então recordo, eu também teria gritado “força, força, companheiro Vasco!”.
Morreu hoje. Fisicamente, pois politicamente de há muito era cadáver, de si enquanto actor e, concordo hoje, da ideologia que nele sempre teve um fiel convicto. Há o hábito de bater palmas nos funerais, de agradecer na despedida os actos em vida e o engrandecimento colectivo que eles nos deram; no caso de Vasco Gonçalves será digno na sua hora de partida soar o “força, força, companheiro Vasco”, pelo tanto de Sonho Idealista que este grito comporta. Que eu perdi na altura em que deverá ter-me feito falta, que hoje evoco em memória e homenagem a um tempo em que era tão importante acreditar.
(daqui a trinta anos que recordações haverá, nos funerais de então? que gritos? ou só palmas protocolares, curricularmente correctas, vazias de paixão como estes tempos em que…?)
Morreu hoje. Fisicamente, pois politicamente de há muito era cadáver, de si enquanto actor e, concordo hoje, da ideologia que nele sempre teve um fiel convicto. Há o hábito de bater palmas nos funerais, de agradecer na despedida os actos em vida e o engrandecimento colectivo que eles nos deram; no caso de Vasco Gonçalves será digno na sua hora de partida soar o “força, força, companheiro Vasco”, pelo tanto de Sonho Idealista que este grito comporta. Que eu perdi na altura em que deverá ter-me feito falta, que hoje evoco em memória e homenagem a um tempo em que era tão importante acreditar.
(daqui a trinta anos que recordações haverá, nos funerais de então? que gritos? ou só palmas protocolares, curricularmente correctas, vazias de paixão como estes tempos em que…?)
1 Comments:
E eu também... era doido, dizem, tb: eu acho que era a doidice de uma época, num e noutro sentido. Felizmente, ganhou a democracia. Mas de uma coisa ninguém o pode acusar, não roubou para ele.
Abraço, IO.
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