Fibrilhador de Palavras
Há um finalista pré-anunciado que olha para o lado e faz que nada vê e ouve, preocupado com contas de muito incerto resultado. Ao lado, esbraceja um veterano que não lhe dão a importância que lhe seria devida, e alega indignações de antiguidades. Por baixo, a raia miúda pela-se de ciúmes e briga às migalhas, pequenina, ralha, invejosa e canibalesca.
É suave a luz de quem segue o seu caminho, sereno como um poema que nasce com o Sol e em rimas de vontades derruba noites que se ameaçavam árcticas.
Há momentos que se prometem vividos como perfeitos, paridos pela esperança, iluminados em fé e moldados em coragem. Constróiem-se. Também pelo soletrar diário desta palavra nova que aprendemos e da qual gostamos, cidadania, som musical que revigora viveres pardos de desânimos.
São-nos assim, bonitos, seja na reconstrução dum país de que gritemos com orgulho "é meu!", na entrega a um amor que empolgue ou no simples olhar do voo dum pássaro, na poesia duma palavra bonita ou em tantas pequenas coisas que fazem grande e importante o nosso viver. Como até na insuspeita política.
Basta soletrar a vida com rimas de esperança e de vontade, gritos de luz que se ensaiam até Janeiro e se declamarão em coro lá para finais do mês seguinte, Fevereiro, desfibrilhador deste meu país.
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