Post para bloguistas
O cansaço num blogue vem quando se percebe que é bem vindo ter bocados “com os seus botões”, sem ter de ir a correr contá-lo. Daí ao ficar-se sem assunto, é um passo que acontece. Uma sondagem informal junto deles, botões, revela margem favorável ao andarem apertados, com o senão que tolhem os movimentos dos braços.
Um pouco como na vida ‘real’, quando chegamos à conclusão que mais vale ‘falar com os seus botões’, ao complicado abrir da boca que, higienicamente falando, por vezes é prejudicial por ameaçar pôr em causa uma sanidade em que se acreditava, sem contestação vislumbrável.
O cansaço de encher a rua de panfletos, imaginar-se como cenário o de, no ‘nosso’ café, caso lá houvessem leitores do blogue, suporem-se indisponíveis para nos ouvir se, assim, lá abríssemos a boca. Não é muito irreal imaginá-los a evitarem falar connosco das coisas aparentemente mais simples do mundo, ser-se como uma metralhadora sempre ligada e municiada, um daqueles chatos com a mania de que têm razão em tudo, seja qual for o tema. Até podemos tê-la (é o meu caso) mas não se deixa de se ser um chato do caraças, aceito e reconheço. É isto o que às vezes penso de mim, bloguista.
Caramba! já dei por desejar ser apenas leitor em troca com o escrever num blogue. Também conheço a fase de não ler mais que meia dúzia, volta não volta uma corridinha rápida em volta: como por exemplo este ano – calma, hoje é ainda a madrugada do dia quatro e ainda me recomponho! muito preguiçosamente mas a saber-me extraordinariamente bem vou com o score dum máximo duma dúzia de visitas a territórios alheios em três dias, e sempre aos mesmos (aqueles hábitos mínimos tão indefectíveis e indispensáveis como o tabaco, o café da manhã, imaginarmo-nos bem sucedidos ou a quem saiu uma fortuna ao jogo; soma-se e dá como igual à rotina mínima para afirmar-se a nossa individualidade).
Há a célebre e odiada tirada “este blogue acaba aqui” e eu sou dos que lhe dedicam maus sentimentos. Como se, tendo-se um acidente de carro se passasse a andar precavidamente só a pé, comboio, barco ou avião. Mais, os botões não têm muitos gigas de memória e a prova de que o blogue é(-me) mais que curricular é este ser o segundo post-lençol que faço no meu período sabatino, com a diferença de que este é publicado. Portanto o meu blogue nem morre nem está doente: está só cansado.
Fico-me pela justificação do cansaço, real e reconhecível. Este mês, daqui a umas duas semanas mais ou menos, faço dois anos como bloguista. Esperanças, sonhos, irritações, uma segunda vida que nasceu e cresceu, com momentos em que afogou totalmente a outra. Em tempo, atenção, importância. Claramente sem equilíbrio, a não haver tempo que chegasse sequer para um bloganço atento, quanto mais para a outra vida que não se apaga assim com um estalinho de dedos. Começa-se a pensar em botões e no que eles nos querem desabafar, tão inchados que andam. Até poderão ser conversas de ninharias, coisas que são de somenos importância para quase toda a gente excepto para quem vive sequioso por inspirações que alimentem o dia-a-dia dum blogue e transforma suspiros e caneladas, suas ou alheias, em editorial diário. Eu andava com saudade dum período assim, reconheço-o hoje ao escrever sobre ele e ao bem que me soube, quase a brisa que refresca quem se sente afogueado, cabelos soltos, uma fragrância que cativa, liberdade.
Um dia destes, amanhã, não, outro post vai aparecer. Provavelmente uma parvoíce qualquer acerca do quotidiano ou do até então inimaginável como tema para mais de dez segundos de reflexão, que se defende à boa maneira bloguista com a, crê-se, melhor argumentação do mundo. Rotina, a outra. Mas andava com saudades de ‘variar’, férias, fins de semana prolongados. Estou a viver um.
Um pouco como na vida ‘real’, quando chegamos à conclusão que mais vale ‘falar com os seus botões’, ao complicado abrir da boca que, higienicamente falando, por vezes é prejudicial por ameaçar pôr em causa uma sanidade em que se acreditava, sem contestação vislumbrável.
O cansaço de encher a rua de panfletos, imaginar-se como cenário o de, no ‘nosso’ café, caso lá houvessem leitores do blogue, suporem-se indisponíveis para nos ouvir se, assim, lá abríssemos a boca. Não é muito irreal imaginá-los a evitarem falar connosco das coisas aparentemente mais simples do mundo, ser-se como uma metralhadora sempre ligada e municiada, um daqueles chatos com a mania de que têm razão em tudo, seja qual for o tema. Até podemos tê-la (é o meu caso) mas não se deixa de se ser um chato do caraças, aceito e reconheço. É isto o que às vezes penso de mim, bloguista.
Caramba! já dei por desejar ser apenas leitor em troca com o escrever num blogue. Também conheço a fase de não ler mais que meia dúzia, volta não volta uma corridinha rápida em volta: como por exemplo este ano – calma, hoje é ainda a madrugada do dia quatro e ainda me recomponho! muito preguiçosamente mas a saber-me extraordinariamente bem vou com o score dum máximo duma dúzia de visitas a territórios alheios em três dias, e sempre aos mesmos (aqueles hábitos mínimos tão indefectíveis e indispensáveis como o tabaco, o café da manhã, imaginarmo-nos bem sucedidos ou a quem saiu uma fortuna ao jogo; soma-se e dá como igual à rotina mínima para afirmar-se a nossa individualidade).
Há a célebre e odiada tirada “este blogue acaba aqui” e eu sou dos que lhe dedicam maus sentimentos. Como se, tendo-se um acidente de carro se passasse a andar precavidamente só a pé, comboio, barco ou avião. Mais, os botões não têm muitos gigas de memória e a prova de que o blogue é(-me) mais que curricular é este ser o segundo post-lençol que faço no meu período sabatino, com a diferença de que este é publicado. Portanto o meu blogue nem morre nem está doente: está só cansado.
Fico-me pela justificação do cansaço, real e reconhecível. Este mês, daqui a umas duas semanas mais ou menos, faço dois anos como bloguista. Esperanças, sonhos, irritações, uma segunda vida que nasceu e cresceu, com momentos em que afogou totalmente a outra. Em tempo, atenção, importância. Claramente sem equilíbrio, a não haver tempo que chegasse sequer para um bloganço atento, quanto mais para a outra vida que não se apaga assim com um estalinho de dedos. Começa-se a pensar em botões e no que eles nos querem desabafar, tão inchados que andam. Até poderão ser conversas de ninharias, coisas que são de somenos importância para quase toda a gente excepto para quem vive sequioso por inspirações que alimentem o dia-a-dia dum blogue e transforma suspiros e caneladas, suas ou alheias, em editorial diário. Eu andava com saudade dum período assim, reconheço-o hoje ao escrever sobre ele e ao bem que me soube, quase a brisa que refresca quem se sente afogueado, cabelos soltos, uma fragrância que cativa, liberdade.
Um dia destes, amanhã, não, outro post vai aparecer. Provavelmente uma parvoíce qualquer acerca do quotidiano ou do até então inimaginável como tema para mais de dez segundos de reflexão, que se defende à boa maneira bloguista com a, crê-se, melhor argumentação do mundo. Rotina, a outra. Mas andava com saudades de ‘variar’, férias, fins de semana prolongados. Estou a viver um.
Não deixo alongar mais a minha má-criação com o estender do Janeiro: obrigado a todos que, aqui ou por mail, desejaram ao blogue e a mim mil e uma felicidades. A alguns retribuí nos seus cantos, noutros em mail de resposta, à maioria nada deverei ter dito e não fiz um post específico destas festas. Daí este desconforto que, a final, tento dar fim. Digo-vos que me senti muito satisfeito por se lembrarem de mim, do Gil e do "Xicuembo". Até houve dois blogues que deram prémios-prendas ao blogue e nesses deixei escrito agradecimento vaidoso (sem links externos, tenho-os cá dentro). Não foi um ano do caraças, foram dois. Que o próximo vos seja tão bom como aquele que desejo para mim - blogues incluídos.
5 Comments:
Um beijo, Gil!
Com a tua lucidez habitual, não há argumentos possíveis!
Olha, eu hoje vou por baixo da Madalena, e assino - muf'.
que grande texto! juro xicuembo xanhaca, bom ano e bons posts para ti! hambanine
Escreve gasolina,escreve.
Vou ficar a ler-te sempre deliciad...
É preciso não desistir. Há dias assim. Faz parte da "profissão". Bom Ano e boa sorte para o livro.
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