Está dito e redito, sem links pois não me dou a uma última trabalheira: quem cá veio leu, quem cá não veio lê agora. As palavras fatais, este blogue acaba aqui, ponto parágrafo, fora o que se segue.
Há mortes de blogues que 'caiem-me' mais que outras. Deste, ainda vou-lhe sentir o sabor pois é pessoal, novidade ao palato. Mas neste momento eu estou a terminá-lo, acaba o Xicuembo e só irei um dia destes ao "1" porque recebi um mail ameaçador do Sapo a avisar-me que a falta de actividade será a morte do artista. Ora bem: durante dois anos eu fui blogue, eu fui net, eu fui o que nunca fui; via blogue, via grupos MSN, via os amigos que aqui encontrei, fiz. Não posso deixá-lo morrer assim, vou lá meter um 'Olá' que lhe dê mais, sei lá, uns seis meses ou um ano de vida. O Sapo dirá. Mas chega de blogue, de artifício e palavrinhas moldadas, passem uma, duas, dez noites seguidas longe da net e há um fascínio reencontrado pela palavra descomprometida, ligeira, sem o rigor e as cautelas de... edição. Parvoeiras, andava sedento de parvoeiras e que num blogue não encaixam, noves fora nada quem fez um para escrever parvoeiras e, palavra de honra, não foi o meu caso.
Tenho pena de não ter feito o inter-rail. De todas as oportunidades perdidas que sedimentaram para constituir memórias é-me a mais recorrente, ou pelo menos esta noite pareceu-me sê-la. Sem nunca o ter feito a sério, a verdade é que andei a contar tostões para ver se o fazia, quando cheguei à Europa. Acabei por nunca de cá sair e reconheço que me faz falta mais europa cheirada, vista, lambida. Sei lá a que propósito que isto vem... afinal este é o post final, não um choradinho do que não foi e podia ter sido. Bem, abrevio: aqui, blogosfera - nome já sacana pois está grande demais, cotovelei e contei estórias incluindo para mim mesmo. Para isso, afinal? outra vez sei lá.
Terminou. Nas caixas de comentários da
Chuinga falei doutra razão, não destas parvoeiras que aqui acima alinhavo para fazer as despedidas. Lá falei, parvamente, de sonhos não cumpridos e argumentando que 'isto' os impedia de crescerem e tornarem-se realidade: ó pobre ilusão, que alimento até este final! do que me queixo de não ter, se houve altura em que o recebi foi por aqui, tanto e de tantos! muito mais, mesmo muito mais que ninguém duvide pois sei bem do que falo, que a medida correcta: tive, já e aqui, o meu jackpot, o resto são ginjas, e a mim falta-me tanto, europa, o inter-rail, o que não sou por não ter conseguido sê-lo. Que conversa sem jeito... isto são maneiras de acabar com um blogue? São, e já está.
Como leitor é impossível não voltar aqui, blogosfera: ler-vos, surfar nos blogues, é dizer a mim mesmo que os meus dois últimos anos não foram em Marte e sem conhecer os vizinhos, foram aqui, existiram, vocês existem, eu existi 'assim', eu gosto de ler, eu leio-vos, eu gosto de ler e aqui lê-se muito bem, ponto. Como criminoso com prosápia de perfeccionista acrescento que talvez regresse, sei lá se incógnito ou como 'nº 4', sei lá eu o meu dia de amanhã. Mas, hoje, o 'Xicuembo 1, 2 e 3' terminou, é passado e dele consta que eu não fiz o inter-rail e gostava, precisava, de o ter feito. Sobrevivi.